A primeira comemoração foi realizada pelos hebreus, 15 séculos antes de Cristo. Moisés, antes de lançar a última praga sobre o Egito, ordenou que cada família hebréia sacrificasse um cordeiro no dia 14 do mês lunar de Nisã, próximo ao 2 de abril atual. O sangue do animal serviria para marcar as portas das casas. O anjo do Senhor, ao passar sobre elas, reconheceria o gesto e pouparia a vida dos primogênitos daquelas casas.
A carne do cordeiro deveria ser comida assada, com pães sem fermento e ervas amargas. Com isso, a PESSACH, ou "Páscoa ou passagem", ganhava um sentido religioso, de libertação e nova era para o povo hebreu.
Com a chegada da era cristã, Jesus celebrou sua última páscoa numa quinta-feira. Naquela ocasião, acrescentou-se o uso do vinho não alcoólico na comemoração. Na sexta-feira, Cristo morreu, ressuscitando no domingo. A partir daí, a Páscoa cristã passou a simbolizar a grande libertação que Jesus, o Cordeiro de Deus, fez pela humanidade.
Nos próximos séculos houve pessoas que guardavam a páscoa de conformidade com o calendário judaico. Mas em 325 decidiu-se unificar a comemoração da festa no primeiro domingo após o equinócio do inverno no hemisfério norte. No século 18, incorporou-se ao cristianismo um novo símbolo para a Páscoa: o ovo. O hábito de presentear amigos com ovos é antigo. Os chineses costumavam presentear amigos e parentes com ovos pintados, significando a renovação da vida. Não eram ovos de chocolate, e sim de galinha e pata, cozidos dentro de um chá de beterraba ou casca de cebola. Durante a Idade Média na europa, a arte de decorar ovos
atingiu o apogeu. Reis e rainhas colecionavam ovos de ouro e pedras preciosas, trocando-os entre si. O povo mais simples se presenteava com ovos de aves confeitados.
Mas foi no início de 1800, movido pela Revolução Industrial, que passaram a usar os ovos de chocolate. Sem dúvida, eram bem mais gostosos e convidativos ao comércio que os ovos de galinha. O costume pegou.
A próxima idéia que se incorporou presumivelmente no final do século passado foi a do coelhinho que bota ovos. O simbolismo do coelhinho surgiu possivelmente devido a junção de vários costumes. A época da páscoa nos antigos povos nórdicos de origem pagã coincidia com as festas à deusa Eostre, deusa da fertilidade e da primavera na mitologia anglo-saxônica. Daí a Páscoa se chamar Easter entre os povos anglo-saxônicos, em derivação da deusa eostre.
Essa confusão de culturas fez com que a Páscoa passasse a ter, nas culturas anglo-saxônicas, também o significado de fertilidade e renovação rápida da vida. E daí o próximo passo foi incorporar a figura do coelho, considerado um dos animais mais férteis e rápidos na
procriação.
O costume de não comer carne na sexta-feira da paixão veio devido a não querer se culpar do sacrifício do corpo de Cristo. Todavia, o peixe é consumido durante a festa devido os evangelhos contarem que Cristo assou peixe na praia para os discípulos.
Enfeitados ovos de chocolate, doces trazidos por coelhinhos simbolizando renovação rápida da vida diferem em muito do significado original. O cordeiro pascal, as ervas amargas e os pães sem fermento comidos em espírito de contrição pela libertação do cativeiro do pecado deram lugar a férteis coelhos, ovos doces e espírito comercial
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