Nosso ser está dividido por uma linha invisível:
de um lado,
nosso próprio Eu e, do outro, os demais.
Esses outros - filhos, pais, marido,
amigos - merecem nosso amor.
Mas às vezes, a atenção e o tempo
que lhes dedicamos transbordam de
seu leito e até perdemos a noção dos limites.
Nós, mulheres, fomos educadas para doar,
dividir, servir, ajudar, sustentar.
E, sem dúvida, essa tarefa nos agrada.
Formar uma família e vê-la crescer
nos emociona e nos dá muito orgulho.
Estamos ali, sempre, para todos:
amigos que sofrem, amados que precisam
de nossa compreensão, chefes exigentes,
filhos que pedem.
Nesta entrega fervorosa, desmedida,
generosa, guardemos algo para nós mesmas.
Nossos próprios sonhos, opiniões e gostos.
E, sobretudo, o direito a que, alguma vez
os outros cuidem de nós como nós cuidamos deles.
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