JA-Online

http://www.ja-online.net.br

Sociedade J.A : Trabalho em Equipe

Conhecer a estrutura do sistema do qual se faz parte pode melhorar a nossa capacidade de construir relações eficazes e nos incentivar a buscar realizações pessoais e profissionais



Bases do poder, noção sistêmica, modelo de expectativa e outras variáveis intervenientes na formação de equipes constituem os aspectos básicos que influenciam o agir, a eficiência das pessoas e a eficácia dos resultados obtidos por indivíduos quando estão trabalhando em equipes. A qualidade dos resultados depende, em grande parte, da consciência que cada membro da equipe tem de si e do outro, passando a ser essencial para o estabelecimento de uma relação entre eles. Esse reconhecimento mútuo caracteriza a consciência de um como sujeito e do outro como tal, numa espécie de relação intersubjetiva.



Constituída a relação, fenômenos grupais e sociais, tais como a comunicação e a relação inter-pessoal, entre outros, passam a direcionar o comportamento de indivíduos membros de uma equipe, o qual estará centrado, principalmente, nas relações do poder, na capacidade de influenciar o outro para atingir determinados objetivos, regulados pelas estruturas onde estão inseridos.



Deve-se observar que o exercício do poder determinará o "modus operandi" e a qualidade do resultado que se pretende alcançar O indivíduo respeitado -tratado como sujeito e não como objeto- e o poder aplicado de forma ética são instrumentos eficazes para confrontar a intersubjetividade hierarquizada, que se reconhece através de ações coercitivas de dominação e de apego ao poder, característica de qualquer sistema -portanto, presente em qualquer equipe de trabalho-, e que impede,definitivamente, o desenvolvimento de relações centradas na cooperação democrática.



Para Peter Senge um sistema é um todo percebido, cujos elementos mantêm-se juntos porque afetam continuamente uns aos outros ao longo do tempo e atuam para um propósito comum. Conhecer a estrutura do sistema do qual se faz parte pode melhorar nossa capacidade de construir relações eficazes e nos incentivar a buscar realizações tanto pessoais quanto organizacionais. Ao longo de nossas atividades percebemos, nas diversas equipes de trabalho, o quanto as pessoas desconhecem o todo no qual estão inseridas, e como não conseguem estabelecer correlações do seu fazer ou não fazer, com os objetivos globais daquela organização.



Visão sistêmica



A estrutura sistêmica é o padrão de inter-relações entre os componentes-chave de um sistema. Pode incluir hierarquia, fluxos de processos, opiniões e percepções, a qualidade dos produtos, modos como se tomam decisões e outros fatores. Por sua natureza, o pensamento sistêmico assinala interdependências e a necessidade de colaboração. Sege enfatiza que "um objeto compartilhado, ou comum, não é uma idéia, mas uma força inculcada no coração das pessoas, uma força de poder impressionante que justifica a razão de ser e explicita a missão de uma equipe, a definição da visão e das metas, e também expressa um conjunto de valores.

Tudo, naturalmente, compartilhado por todos os que integram a organização.



Os objetivos devem ser claros, transparentes e conhecidos por toda a equipe para que se possa conseguir o comprometimento de todos, facilitando a percepção da visão sistêmica e o alcance de resultados satisfatórios. As equipes são formadas para realizar objetivos específicos. Sem objetivos não há motivo para se formar uma equipe.



O objetivo pode ser imediato, como, por exemplo, a solução de um problema, ou de longo prazo, como a realização de um projeto, a produção e comercialização de produtos ou ainda o desenvolvimento de um plano estratégico. O objetivo de longo prazo permite que o treinamento e crescimento do grupo sejam integrados à sua concretização e às variáveis significativas de sua dinâmica.



Variáveis na formação de equipes



Ken Dychtwald nos ensina que "o trabalho básico tem que ser feito no ponto de partida, sobre si mesmo. As interações sociais, culturais e globais dependem das ações e movimentos de indivíduos que compõem a rede física e psicológica do grupo. Para que o grupo se modifique e se aperfeiçoe, seus membros primeiro têm de mudar e se desenvolver". Muitas variáveis, tais como: percepção, qualidade da comunicação, relações de poder e tensões, entre outras, podem interferir na formação de equipes. Algumas delas poderão, futuramente, determinar sua dinâmica

e eficácia.



Um trabalho de equipe poderá ser uma experiência muito rica e valorosa, à medida que sua formação permita uma grande diversidade entre os seus integrantes - desde que os mesmos se respeitam e consideram suas diferenças como fator de sinergia positiva.



Tal disposição pode romper paradigmas, posturas e antigos conceitos, abrindo portas para um novo raciocínio e ampliando percepções e vivências. No processo de formação de uma equipe deve-se considerar sua composição como o primeiro passo para realizá-la com sucesso. Esse processo é uma etapa onde as pessoas decidem o que fazer e exploram cautelosamente os limites dos comportamentos aceitáveis. E, como primeiro passo de um processo, as emoções, sentimentos

diversos, atitudes (favoráveis ou não), "Equipes são práticas e se desenvolvem quando existem desafios de performace" entusiasmo, expectativas e ansiedades surgem frente ao novo. Nessa fase, toda a energia da equipe deve estar concentrada na definição clara e negociada do objetivo.



Grupos se tornam equipes por meio de ações que se inter-relacionam de um modo sistemático e disciplinado, com conhecimentos complementares, expressando um propósito comum com as metas de desempenho, definindo abordagens de trabalho,desenvolvendo conhecimentos complementares e permanecendo mutuamente compromissados e responsáveis pelos resultados.



Equipes cujas metas são pouco desafiadoras, inexatas ou nem sequer assumidas, dificilmente terão resultados positivos. Comitês, conselhos e forças-tarefa, por exemplo, não são necessariamente equipes somente pelo fato de pessoas trabalharem juntas.



Segundo Jon R. Katzenbach, o trabalho em equipe representa um conjunto de valores que estimula comportamentos como ouvir e responder de forma construtiva pontos de vista expressados por outras pessoas, dando aos outros o benefício da dúvida, dando apoio aos que necessitam dele e reconhecendo os interesses e realizações dos outros.



Quando postos em prática, esses valores ajudam-nos a comunicar e trabalhar com os outros de forma mais eficaz. Esses são comportamentos bons e valiosos. Todos esses ensinamentos nos permite concluir que os fundamentos da equipe incluem tamanho, propósito, objetivos, conhecimentos, abordagens e responsabilidades -isto é, condições variáveis e intervenientes na sua formação e que estão ligadas à razão de ser de cada um. Cada equipe se defronta com desafios específicos , fortalece a capacidade de pessoas, hierarquias e processos.

Compartilha responsabilidades mútuas e individuais na busca de sucesso e é veículo fundamental para o crescimento.



Equipes são práticas, não criam dificuldades e se desenvolvem quando existe desafios de desempenho.







Fonte: CD ROM Capacitando a Sua liderança

Colaborador: José Alberto Braga