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Peça: Dia das mães

1º Narrador: Vivemos em dias diferentes. Há avanços fantásticos no mundo das ciências. Conquistas espaciais, vôos interplanetários, transplantes, etc.

2º Narrador: É o mundo de fórmulas diferentes. Homens com mentes revolucionárias. Homens sábios, que descobrem dia a dia as maravilhas das ciências.

1º Narrador: Pensemos em Newton, Galileu, Barnard, Einstein, Gagarin, Armstrong e muitos outros. Homens que exploraram o desconhecido e estenderam pontes sobre abismos.

2º Narrador: Mas, hoje, paremos um pouco para pensar na MÃE, heroína de todas as épocas, que age secretamente, movimentando o mundo do silêncio de sua influência.

1º Narrador: Os cientistas agindo assombroso, mas as mães benfazendo, é sublime.

2º Narrador: Conseguem os cientistas modernizar o mundo, mas as Mães aperfeiçoar e salvar o homem. Através de sua descendência tornam-se imortais.

1º Narrador: É justo, muito justo, que homenageemos hoje a mãe, a grande benfeitora e modificadora da sociedade.

2º Narrador: Mas poderá alguém querer dizer: Como homenagear, se o mundo moderno com seus falsos conceitos, inverteu até mesmo a concepção de valor que existia na mentalidade das mães?



* CENA: Neste instante, a luz do palco deverá ser acesa, deixando ver no fundo o cenário. No palco deverão estar brincando algumas crianças. Entra uma mãe bem trajada, puxando um cachorrinho. Manda que as crianças saiam para não sujar a sala. Tira um espelho da bolsa e retoca a maquiagem e depois sai.

3º Narrador: O que homenagear, se em nossos dias dá-se mais valor a um tapete que a verdadeira educação dos filhos e por isso, manda-se que as crianças vão brincar na rua? O que homenagear, se em nossos dias dá-se mais valor as festas da sociedade que ao serão familiar?

4º Narrador: Homenageamos `aquelas mães, que embora vivendo em um mundo onde a ciência vale mais que a religião e Deus, o luxo mais que a humildade, não perderam de vista o valor de seus filhos, o valor da educação para Deus.

3º Narrador: Homenageamos àquelas mães, que a exemplo de Ana, a mãe de Samuel, fazem de Deus um companheiro inseparável do seu lar.

4º Narrador: Permiti que vos evoque a memória de Ana e vos traga a memória o que ela fez para encaminhar Samuel no bom caminho.



* CENA: No palco deverá estar ajoelhada Ana, aflitivamente orando ao Senhor, apenas movendo os lábios e Eli, assentado em uma cadeira, contemplando-a admiradamente.

(Fundo musical) ELI: (Levantando-se e falando em tom autoritário e arrogante)

- Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti o vinho. Vamos, afasta-te da casa de Deus.

ANA: (Levantando-se timidamente)

- Não meu senhor eu não estou embriagada... Eu sou uma mulher atribulada de espírito. Mas não tenho bebido vinho nem bebida forte alguma. Tenho apenas derramado minha alma perante ao Senhor.

ELI: (incrédulo) - Alma perante ao Senhor?

ANA: - Sim, prometi ao Senhor dos Exércitos que se benignamente Ele se lembrar das aflições de sua serva e me der um filho, ao Senhor o darei por todos os dias de sua vida e sobre a sua cabeça jamais passar-se-á a navalha. Não tenhas pois, meu Senhor, a tua serva por filha de Belial, pois dos meus desgostos tenho falado até agora.



ELI: (comovido e pausando as palavras) - Oh!... Nestes tempos ruins que atravessamos tais cenas de adoração são raramente testemunhadas. Confesso que me enganei. Os festins irreverentes e mesmo a embriagues são coisas comuns nas festas religiosas, por isso a tomei por embriagada. Deus queira me perdoar o engano. Vai em paz filha. Que o Deus de Israel te conceda a petição que lhe fizeste.



* CENA: A luz do palco é apagada e saem. (Música dando intervalo)

3º Narrador: A oração foi atendida. Ana aproveitou então fielmente a oportunidade de educar seu filho para o Senhor.



* CENA: A luz do palco é acessa e Ana deverá estar assentada com uma pequena criança ao seu lado e ainda com um rolo em suas mãos, deixando entender que está explicando algo à criança. Quando o narrador disser que ela lhe ensinou a orar, ambos deverão se ajoelhar.

4º Narrador: Ana cria que Samuel lhe fora dado para fazer uma grande obra e sabia que em breve deveria entregá-lo para o serviço de Deus. Mostrava-lhe a loucura e pecado da idolatria e ensinava-o a adorar o Deus vivo que unicamente poderia ouvi-lo e auxiliá-lo em toda emergência.



* CENA: Ana e a criança saem.

3º Narrador: Toda a vida futura de Samuel, agora missão que ele cumpriu como chefe de Israel, testificam da importância da obra de uma mãe cristã.

O tempo passou... e Ana num misto de alegria e tristeza, viu que era chegado o dia em ela deveria entregar o seu filho para o Senhor.



* CENA: Ana em companhia de Samuel, agora já crescido, entram no templo, com uma túnica na mão.

ANA: Filho, de agora em diante, esta deverá ser a tua morada. És o meu filho, um presente especial de Deus...Mas recebi-te como um tesouro consagrado aos céus e não quero privar o Doador daquilo que lhe é próprio.

SAMUEL: Eu, presente do céu, mamãe?

ANA: Sim filho, presente do céu...quando cresceres mais, então compreenderás. Por enquanto basta que saibas aquilo que já te relatei.

(Inclinando-se ligeiramente em sinal de respeito, quando Eli se aproxima) - Este é o menino, meu senhor, por quem orava afoitamente ao Senhor. Verdadeiramente é o Senhor que tira a vida e a dá. O meu coração exulta de alegria e o meu poder está exaltado no Senhor. Pelo que também o entrego ao Senhor por todos os dias que viver. Ele foi quem me deu e novamente entrego a Ele.

ELI: Por todos os dias que viver? Por todos os dias... Sua fé e devoção me impressionam mais que todos sacrifícios de todas as mulheres de Israel. Sinto-me reprovado por esse exemplo. (Sai bruscamente)



* CENA: Suspender a música de fundo, por alguns segundos.

ANA: Filho, desde o primeiro despontar da tua inteligência, eu te ensinei a amar e reverenciar o nome de Deus e agora, aquilo que aprendestes comigo não mais deverás esquecer. Cada dia serás o objetivo de minhas orações. Cada ano tecer-te-ei com minhas próprias mãos, uma túnica como esta para o serviço do Senhor (veste). Orarei pedindo que possas alcançar a grandeza que o céu dá valor. (Abraça o filho e sai)

5º Narrador: Se bem que a juventude de Samuel fosse passada no templo, dedicada ao serviço de Deus, não se achava livre das más companhias e influências pecaminosas. Os filhos de Eli, não temiam a Deus, nem honravam a seu pai. Samuel, porém lembrando-se dos conselhos de sua mãe, mantinha-se firme em seus princípios, honesto à sua consciência.



* CENA: No palco deverá estar Samuel ocupado em qualquer serviço, quando entram os filhos de Eli, tendo um grande garfo na mão.

OFI: Samuel, ei Samuel, você não vai conosco?

SAMUEL: Para onde?

FINÉIAS: (Mostrando o garfo e fazendo sinal de silêncio) Tirar as gorduras que estão sendo queimadas no altar.

OFI: Carne assada com pão da preposição é uma delícia!

SAMUEL: Oh!... isto é um desrespeito para Deus. É uma profanação do seu sacrifício. Onde fica o vosso temor a Deus? Onde fica a vossa reverência? Onde fica a vossa categoria sacerdotal? (Entra Eli e seus filhos fogem)

ELI: O que foi filhos? O que foi que vos irritou? O que está acontecendo com vocês?

SAMUEL: Vossos filhos é que desejam roubar pedaços do sacrifício que está no altar. Desejam profanar o Templo de Deus.

ELI: Oh!... filho querido... e que mal há nisso? Um pedaço de sacrifício pertence mesmo ao sacerdote e tanto faz retirá-lo antes ou depois do sacrifício.

SAMUEL: Devo estar enganado... Minha mãe me ensinou diferente. Ela me disse que Deus não se deixa escarnecer.



* CENA: (Música muito forte)

6º Narrador: Eli era um pai intransigente. Amando a paz e a comodidade não corrigia os maus hábitos e paixões de seus filhos. Tratava a educação de seus filhos como se fosse de pequena importância. Para que o sacerdote de Israel não fosse deixado em trevas quanto ao dever de restringir e governar os seus filhos, Deus lhe manda uma advertência por intermédio do pequeno Samuel.



* CENA: Erguer a música de fundo. Samuel entra com um rolo na mão e fica lendo. Eli entra e para distante contemplando-o.

ELI: (energicamente) Samuel!

SAMUEL: (parando atemorizado) Fala meu Senhor.

ELI: (aproximando-se e colocando a mão sobre o seu ombro) Filho, estou convencido de que foi propósito de Deus revelar-se a você de uma maneira inesperada como a de ontem, para que eu viesse saber do acontecido e ficasse conhecendo alguma advertência divina. Estou certo de que a mensagem que Deus lhe deu prediz alguma calamidade para Israel e para minha casa... Agora pois, meu filho, não sinta temor de me revelar tudo quanto o Senhor lhe revelou.

SAMUEL: Sinto-me trêmulo e cheio de temor em ter que revelar ao Senhor uma tão tremenda mensagem.

ELI: (Tomando-lhe as mãos) Nada temas meu filho.

SAMUEL: O Senhor me disse: Vou fazer uma coisa em Israel, a qual todos os que a ouvirem tinirão ambas orelhas. Eis que cumprirei contra Eli tudo quanto tenho falado contra a sua casa.

ELI: (Pensativo e Cabisbaixo) O Senhor é... Faça o que bem parecer a seus olhos.



* CENA: Levantar a música por segundos.

ELI: Na verdade, eu tenho sido muito frouxo com meus filhos. Nunca usei autoridade para repeendê-los e corrigir seus hábitos e paixões. Eles não tiveram uma mãe piedosa para orientá-los. Abatido pela idade, cheio de remorso, resta-me uma única esperança, você Samuel (abraça-o). Siga os conselhos de sua mãe Samuel... Obedeça sempre a Deus e zele pelo nosso povo...



* CENA: Erguer a música de fundo. Apagar a luz do palco e introduzir um bercinho e do lado deve estar uma mãe. Deve estar brincando como nenê com uma mamadeira.

5º Narrador: Disse o príncipe dos poetas castelhanos que, se o homem é um mundo abreviado, a mulher é sem dúvida o céu deste mundo.



* CENA: Luz deve iluminar o centro do palco.

6º Narrador: Como o sol a mãe cristã é luz, calor, fecundidade, ela ilumina, aquece, alegra e seduz.

5º Narrador: A mãe gera, nutre, educa, dá força e brilho a existência. Tudo quanto necessita o filho, ela vê num traço de luz, tudo sente num foco de amor. Sabe os segredos da medicina, da moral e da religião. Conhece ainda o poder das preces que o santificam e a magia das canções que o adormecem.



Por Kerly Lourenço Borges

14 de April de 2007




Colaborador: Paulo Geovane