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Poesia : Visão da cruz

Monólogo:Visão da Cruz!



obs: esse monólogo pode ser decorado e declamado por um jovem num cenário do calvário com fundo musical compatível.



Gessenilde Almeida Nascimento



Voltando - me para aquela cena sinto um grande arrepio correr em minhas finas veias, cenas de dor,de horror ,de tristeza. As profundas marcas do calvário ainda estava lá, marcas feitas pelo pecado, pela morte. Era Jesus que sucumbia numa angústia que dilacerava seu peito. Sim lá estava Ele subindo ao monte, já desfalecendo em dor, suas sangrentas mãos seus pés andarilhos e cansados. A dor por meu pecado era maior que a dor dos cravos a rasgarem sua carne, era maior que dos espinhos que aprofundavam em sua face agora desfigurada pela dor,pela tristeza e pelo sangue que banhava seu rosto, Ele cai em seu caminho, mas prossegue... A multidão não dá trela, as vozes misturadas... Num eco: crucifica – O! Crucifica – O! E da minha boca apenas o silêncio.

O céu escureceu, o vento soprou um ar frio, estranho... Trazendo gritos de lamentos... Tento desviar meus pensamentos... Mas é quase impossível... Não dar para não ver aquelas cenas... Ainda que eu vendasse os meus olhos, o horror estaria presente.

Minhas mãos agora trêmulas... Minha voz indagada, mas Ele não desiste, ao contrario persiste em seu plano. E eu aqui sem poder fazer absolutamente nada para evitar aquele sofrimento, jamais sofrido por alguém e a culpa era minha, toda minha e não dEle e mesmo assim não parei de pecar. Vi friamente tudo e sequer mover-me ... Permiti que Ele tomasse meu lugar, cruelmente O mantive ali, virei meu rosto para não me envergonhar das conseqüências do meu pecado, tampei meus ouvidos para não ouvir as batidas do martelo a cravar – lhe as mãos, era como se as batidas do meu coração indigno e impiedoso. Por quê? E ali no triste cenário ensangüentado e obscuro, ouvi ainda sua voz: __ Pai, a Te entrego meu Espírito. Por quê? Ele podia livrar – se e não o fez? Preferiu morrer.

O Sol fechou o seu semblante e eu devia saber que era por mim o sacrifício! Quando relâmpagos e trovões rasgaram o céu a terra tremeu, seu tremor abalou montanhas e meu coração angustiado e culpado. No monte do calvário, na cruz do Gólgata Ele entregou o Espírito ao Pai. Realmente Ele era o Filho de Deus! Ele suportou a vergonha da cruz para que eu pudesse viver eternamente... Olhando a cruz tento entender que amor é esse, que deixou a glória do céu por um sacrifício salvador. E hoje olhando para o cenário da cruz vazia onde jazia O amoroso Jesus, há somente marcas de um amor inexplicável. Foi por mim... Foi por você!


Colaborador: Gessenilde Almeida Nascimento